É muito comum ouvir alguém dizer que sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo e isso não é coincidência. Essas duas condições, apesar de distintas, compartilham sintomas, causas e mecanismos no cérebro que fazem com que muitas vezes caminhem lado a lado. 

Entendendo cada uma 

A ansiedade é caracterizada por uma preocupação excessiva com o futuro, sensação de alerta constante, tensão muscular, agitação e dificuldade para relaxar. Já a depressão envolve sentimentos persistentes de tristeza, desânimo, falta de prazer nas atividades do dia a dia, alterações no sono e no apetite, entre outros sintomas emocionais e físicos. 

Ambas são condições sérias e reconhecidas como transtornos mentais que afetam milhões de pessoas no mundo. 

Por que caminham juntas? 

A resposta está em parte na química cerebral. Tanto a ansiedade quanto a depressão envolvem alterações em neurotransmissores como a serotonina, dopamina e noradrenalina substâncias que regulam o humor, o sono, a concentração e a resposta ao estresse. 

Além disso, há fatores como: 

• Genética: pessoas com histórico familiar de transtornos mentais têm maior chance de desenvolver ambas as condições. 

• Experiências traumáticas ou estressantes: perdas, traumas ou situações de estresse prolongado podem desencadear os dois quadros. 

• Padrões de pensamento negativos: o medo do futuro (ansiedade) pode evoluir para um sentimento de impotência e desesperança (depressão), e vice-versa. 

Sintomas que se misturam 

Quando as duas condições ocorrem juntas, os sintomas podem se sobrepor e confundir o diagnóstico. Por exemplo: 

• Insônia pode ser causada tanto pela preocupação constante (ansiedade) quanto pela tristeza profunda (depressão). 

• Dificuldade de concentração pode estar presente em ambos os quadros. 

• O isolamento pode surgir do medo de enfrentar situações (ansiedade social) ou da falta de energia (depressão). 

A importância do diagnóstico correto 

Identificar que os dois transtornos estão presentes é fundamental para que o tratamento seja mais eficaz. Em alguns casos, o uso de medicação e acompanhamento psicológico podem ser combinados para tratar os dois quadros ao mesmo tempo. 

Também é importante lembrar: sentir ansiedade ou tristeza em momentos difíceis da vida é normal. Mas se esses sentimentos persistem e atrapalham a rotina, é hora de buscar ajuda. 

Há tratamento e saída 

Com o acompanhamento certo, é possível viver bem mesmo enfrentando esses transtornos. A terapia, a prática de atividades físicas, mudanças na rotina e, quando indicado, o uso de medicamentos, são recursos importantes. 

A informação é o primeiro passo para o cuidado. Se você ou alguém próximo enfrenta sintomas de ansiedade ou depressão, não hesite em procurar orientação profissional.